segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Coleccao Argonauta 2: O Estranho Mundo de Kilsona (1954)


Titulo: Coleccao Argonauta 2: O Estranho Mundo de Kilsona (1954)
Idioma: PT-PT
Formato: CBR
# Paginas: 218
Scan/Restauro: Ruychi/Ruychi
Tamanho: 19.91MB


Resumo:

Eis um dos mais extraordinarios e audaciosos livros de fic�ao cientifica que se escreveu at� hoje, pois conta-nos as aventuras espantosas de um antigo campeao americano de t�nis que, ao visitar Londres, vive, transformado em musculoso selvagem, num Universo mirabolante contido num atomo, onde se digladiam ambi��es de homens e mulheres primevos, em luta com uma desconcertante forma de vida crustacea.

� um livro que se recomenda pela emo�ao contida em cada pagina que se l� sempre com crescente interesse at� se chegar a um fim que � tao assombroso como o in�cio. Depois de ler este livro, H. G. Wells disse: �...Considero-o uma magn�fica hist�ria de tipo cient�fico e fantastico. Agradou-me excepcionalmente, nao s� porque me divertiu imenso, mas tamb�m porque me permitiu encontrar-me, a mim pr�prio... dentro do seu enredo.�



Autor: Festus Pragnell

T�tulo original: The Green Man of Graypec

1� Edi�ao: 1935

Publicado na Colec�ao Argonauta em 1954

Capa: Candido Costa Pinto

Tradu�ao: Jos� da Natividade Gaspar



Quando o cientista Charles Spofforth afirmou a Imprensa que inventara um poderoso microsc�pio, ningu�m teve d�vidas em acredita-lo. Por�m, quando ajuntou que, gra�as a tao extraordinario aparelho, conseguira distinguir mundos no atomo, levantou-se uma onda de incredulidade e celeuma, principalmente provocada pelo cepticismo dos seus colegas do mundo das ci�ncias. Impunha-se, pois, um testemunho insuspeito que demonstrasse aos incr�dulos que Spofforth nao mentia. Convidou seu irmao Learoy a submeter-se a uma experi�ncia em que ele pr�prio nao s� devassaria atrav�s do invulgar microsc�pio os segredos do atomo, mas ainda se submeteria a outra experi�ncia muito mais atrevida: seu irmao trocaria a personalidade com a de um dos muitos estranhos entes que povoavam os min�sculos mundos at�micos.

E a experi�ncia fez-se. E Learoy Spofforth saltou de s�bito, nao s� para um mundo bem diferente daquele em que nascera, como tamb�m para o corpo herc�leo de uma esp�cie de antrop�ide meio selvagem - um homem verde das terras de Graypec.

Rude era a vida daqueles entes, homens primitivos, habitando em cavernas, alimentando-se de ca�a e lutando, num pa�s in�spito, contra feras tem�veis, de intelig�ncia apurad�ssima.

Uma jovem franzina, de cabelos amarelos, caiu, um dia, de estranho aviao, em Graypec. As leis da tribo atribu�ram-na a Kastrove, o jovem selvagem em cujo corpo Learoy Spofforth se encarnara. Mas Issa, a jovem cativa da cidade de Teth-Shorgo, a custo suportava o companheiro que o destino lhe impusera, e quando o rapaz lhe procurou explicar que nao era o primitivo que o seu corpo simiesco aparentava, mas sim um homem de um mundo diferente, ali surgido em resultado de uma experi�ncia extraordinaria, Issa passou antes a considera-lo um espiao do povo adverso de Gorlem.

Os homens viviam sob a tirania desp�tica dos poderosos Larbis, seres estranhos, semelhando hediondos caranguejos, mas dotados de intelig�ncia e conhecimentos cient�ficos, que eles serviam na sua obra ambiciosa, nas guerras com que hostilizavam o povo de Gorlem, o imp�rio de uma ra�a mais perfeita. Tiranizavam os homens das cavernas, for�ando-os a servir os seus senhores, adestrando-os para guerras de onde jamais regressavam, e comandavam as peri�dicas visitas as aldeias primitivas, de onde traziam levas de homens mais validos e prop�cios para os combates. Issa e Kastrove foram um dia arrebanhados numa dessas razias e logo entregues a treinadores que os industriavam nos manejos dos carros de guerra, os quais semanas mais tarde partiriam, pelos longos e in�spitos desertos de Kilsona, a combater os guerreiros de Gorlem.

Um dia, na cidade onde o preparavam para a luta, Kastrove, ao favorecer a fuga de um prisioneiro feito ao inimigo, evadiu-se com ele e foi parar a long�nqua terra de Gorlem, onde se lhe deparou uma civiliza�ao requintada, um povo inteligent�ssimo, destemidos guerreiros que lutavam na defesa dos seus e pela causa da justi�a, espezinhada pela crueldade dos repugnantes Larbis. Kastrove, dessa maneira, conheceu um novo povo ,uma nova maneira de vida. A experi�ncia temeraria de Charles Spofforth fizera dele um homem das cavernas, quase um selvagem, vivendo entre os rudes e desfavorecidos homens verdes de Graypec. A sua companheira Issa, de uma beleza quase europeia, mas de uma fragilidade inconceb�vel mesmo no mais franzino ente humano, mostrara-lhe a exist�ncia de uma casta, tempos atras bastante civilizada, mas que o v�cio e a deprava�ao aniquilaram e puseram a merc� dos Larbis.

Kastrove viveu depois os seus mais penosos dias, sob o chicote dos treinadores de Larbis, obrigado a adestrar-se para uma luta que nao lhe interessava e para defender uns entes que nada tinham de humano, pois viviam nas aguas profundas e s� gra�as aos recursos cient�ficos de que dispunham conseguiam impor-se aos inimigos, ora com guerras dotadas de fulminantes armas, ora atravessando os desertos em poderosas aeronaves que, quando a estrat�gia o indicava, se tornavam invis�veis em pleno voo.

Finalmente, a fuga de Kastrove levara-o a long�nqua e resguardada cidade de Gorlem, povo que combatia her�icamente os Larbis e todos os que ao seu servi�o lutavam. Assim, a entrada do fugitivo no campo adverso foi recebida com a desconfian�a natural, que a sua proced�ncia justificava. Qual entao a sorte do homem das cavernas entre aquele povo novo? Mais atroz ainda do que sofrida sob o jugo Larbi ou no contacto com os primitivos homens-verdes? E Issa, a companheira que por fim o amava, que partilhara, em poder dos Larbis, os mesmos sofrimentos e torturas, perdeu-a ele para sempre quando, fugindo, a abandonou no campo adverso? E o Mundo, de onde a tremenda experi�ncia de seu irmao o expelira, jamais o viu?

Alias, sendo ele um ponto min�sculo entre os milh�es de seres que se agitavam nos mundos do atomo, como poderia Charles Spofforth, com todos os seus recursos de cientista e com o seu poderoso aparelho, divisar o irmao e proceder a opera�ao inversa ou fosse a de transferir-lhe a personalidade de novo para o verdadeiro corpo, o qual ficara na Terra e agora era ocupado pelo verdadeiro e selvatico Kastrove, de quem Learoy Spofforth envergava a pele verde e peluda, dispunha dos bra�os longu�ssimos de orangotango e de todos os atributos f�sicos de um antrop�ide e de um homem das cavernas?

Sao os sucessivos problemas que se vao levantando no decorrer da extraordinaria obra de antecipa�ao cient�fica, escrita por Festus Pragnell, ja um mestre neste g�nero nov�ssimo de fic�ao, obra essa que na Am�rica constituiu um dos grandes �xitos literarios deste ano.

Por tudo isto, � natural que desperte enorme interesse.


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Nota: Este post e' fruto de uma parceria Mundoquadrinhos/TralhasVarias.

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